quinta-feira, 27 de setembro de 2012

PROJETO: EDUCAÇÃO E PATRIMÔNIO: ESCOLAS TOMBADAS DE BELO HORIZONTE





PROJETO: EDUCAÇÃO E PATRIMÔNIO: ESCOLAS TOMBADAS DE BELO HORIZONTE

O projeto “Educação e Patrimônio – Escolas tombadas” foi fruto de uma parceria entre o IEPHA, órgão vinculado ao Sistema Estadual de Cultura de Minas Gerais, e o Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) com o apoio do Museu da Escola de Minas Gerais (na época, instalado no Salão Nobre do IEMG). A equipe foi formada pelos os seguintes professores: Rosa Ribeiro, Ronaldo Campos, Marília Júnia de Andrade, Maria Inez Gonçalves Silva Lima, Sônia Aroeira, Sueli Gonçalves da Mata, Cesaltina e Luiz Carlos Tomich.
O seu objetivo principal é o de produzir uma atividade permanente de sensibilização e educação do olhar da comunidade escolar frente ao patrimônio histórico, cultural e artístico. Foi iniciado no ano de 2008 e teve prosseguimento nos anos seguintes.
No seu primeiro ano, o tema escolhido foi “Educação Patrimonial: Nossas Histórias no Instituto de Educação de Minas Gerais”.  E teve como objetivos: construir com os atores sociais do IEMG um processo educativo para o conhecimento e a valorização da herança cultural, proporcionando o conhecimento sobre o patrimônio da nossa cultural local; e uma atitude de conceber a escola como espaço de mediação cultural, ressaltando a sua centralidade nos processos de desenvolvimento cultural e educacional; e, gerar redes de integração para o exercício da cidadania e responsabilidade perante o patrimônio cultural.

No ano seguinte, o tema proposto para o projeto Educação e Patrimônio – Escolas tombadas” foi “Gente de Cultura”. Este implicou numa metodologia específica para cada uma das escolas tombadas de Belo Horizonte e foi iniciado com uma oficina inaugural com professores e alunos. O seu intuito era o de capacitar um grupo de agentes culturais para disseminar entre os outros alunos bons gestos que devem ser seguidos, imitados, copiados, aprendidos, assimilados, multiplicados, etc. A principal estratégica foi de incentivar o aluno falar para o colega sobre a escola que gostaria de ter. Os alunos apresentaram o resultado do trabalho de um ano inteiro num evento dividido em duas partes, a saber: “Sala de Sentimentos Instituto de Educação” no formato de um túnel do tempo, seguido, pela apresentação musical denominada “Presente no Instituto Educação”, show musical da banda de rock dos alunos representando os dias atuais.

Paralelamente, no mesmo ano, o projeto “Educação e Patrimônio – Escolas tombadas”, com a temática “Conhecer para preservar - Sujeitos da Memória” foi desenvolvido junto aos funcionários da limpeza, manutenção e administração do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG).  Esse projeto surgiu a partir da ideia de que para preservar é necessário também dar relevância, destaque, importância, utilidade, publicidade para os bens histórico e artísticos tombados. Ou seja, para preservar é necessário conhecer a importância histórico-cultural dos bens patrimoniais do IEMG para motivar o desejo de preservar esses bens. Fortalecendo a auto estima e motivando os profissionais responsáveis pela limpeza e manutenção do IEMG através do reconhecimento e valorização da importância do trabalho deles em todo processo
Projeto de física
O projeto de física orientado e executado pelo professor Alfonso Chincaro tem por objetivo despertar nos alunos do terceiro ano do ensino médio a curiosidade e o interesse pela investigação cientifica a partir de pesquisas executadas pelos alunos. Desenvolvendo habilidades e competências fundamentadas no interesse, no senso critico e na cooperação\inter-relação entre eles. Buscando uma relação mais próxima com a física e procurando mostrar para a comunidade onde a escola se insere.


Outros projetos
Também podem ser destacados outros projetos desenvolvidos pelos professores do IEMG. Como por exemplo, o trabalho desenvolvido pela professora Norma Ávila, intitulado “Geografia da industrialização, com visita a grandes empresas como a FIAT e a VALE do Rio Doce. As professoras de geografia do ensino fundamental, Aparecida e Regina, apresentaram o “Conexão IEMG” um projeto que buscava desenvolver os talentos individuais dos alunos simultaneamente proporcionava a conscientização diante das questões culturais e ambientais do mundo contemporâneo. O professor de história, Antônio Amaro desenvolve pesquisas de campo e visitas orientadas às cidades históricas de Minas Gerais; ao Circuito das Grutas e outros espaços culturais. A professora Regiane do Curso Fundamental trabalha questões vinculadas a sustentabilidade, responsabilidade social e ecologia a partir do projeto de reciclagem. Os alunos transformam em arte elementos que seriam descartados pela nossa sociedade de consumo. 

IEMG, UMA ESCOLA VIVA PROJETOS DESENVOLVIDOS PELOS PROFESSORES E ALUNOS DO IEMG




IEMG, UMA ESCOLA VIVA
PROJETOS DESENVOLVIDOS PELOS PROFESSORES E ALUNOS DO IEMG

Desde a sua fundação, o Instituto de Educação de Minas Gerais foi um palco privilegiado para as reformas, transformações e revoluções no campo da educação que ocorreram no Brasil nos últimos cem anos . Nos dias de hoje, o IEMG conserva esse espirito transformador nas práticas dos seus professores e numa gestão moderna. A Educação é entendida como um processo de vida. O processo de ensino-aprendizagem e os projetos aqui desenvolvidos têm um propósito real e um valor prático para o ensino. O ato de educar implica desenvolver competências que tornam um indivíduo capaz de viver a vida autônoma, produtiva e responsável. E também procuram restabelecer um vínculo entre a aprendizagem que acontece na escola e a vida das crianças, dos adolescentes e dos jovens, pois os projetos que eles escolhem ou sugerem parte, inevitavelmente, de questões relacionadas à sua vida e à sua experiência que lhes parecem importantes e sobre as quais eles se interessam em aprender mais. Nesses trabalhos, o próprio aluno constrói o conhecimento e o professor propõe situações de ensino baseadas nas descobertas significativas dos alunos. Eles deixam de lado a memorização de conteúdos prontos e respostas dadas, para valorizar as experiências proporcionadas pelos problemas criados e pela ação desencadeada. Isso acontece tanto na sala em aulas expositivas dialogadas com a participação ativa dos alunos ou mesmo em pesquisas de campo e visitas orientadas.
Os projetos do IEMG têm por característica a diversidade e a atualidade . O que explica o grande interesse por parte de alunos e professores. Muitos são os exemplos desenvolvidos ao longo de mais de cem anos. Para esse número da revista, foram escolhidos alguns trabalhos produzidos nos últimos anos. Dentre eles, podemos destacar os projetos Fanfarra; JPPEAS e GDPEAS; Projeto Diagnóstico e Prevenção do Bulling no Instituto de Educação de Minas Gerais; Educação e Patrimônio – Escolas tombadas; Retalhinhos dos sonhos; Projetos do Ensino Médio (Simulado do ENEM, Visitas às universidades e feiras de profissões, Aprofundamento de estudos, Projetos Parcerias com universidades mineiras e cursinhos, o Intercolegial da cidade de Belo Horizonte e o projeto bolsa de estudos), entre outros.



PROJETO: ENSINO MÉDIO

O ensino médio é uma importante etapa para a consolidação da educação básica, na perspectiva de prosseguir estudos e continuar aprendendo. Busca-se o estabelecimento de relações entre teoria e prática no ensino das disciplinas; ao mesmo tempo em que em se adquire a autonomia intelectual, reflexão crítica, capacidade de aprender, pesquisar, criar e formular. Para concretizar tais objetivos, o “Projeto Ensino Médio”, se organiza em várias frentes, a saber: Projeto Simulado do ENEM; Projeto de visitas às universidades e feiras de profissões; Projetos de aprofundamento de estudos; Projeto de parcerias com universidades e cursinhos de Belo Horizonte; Projeto Intercolegial da cidade de Belo Horizonte; Projeto Bolsa de Estudos.
Por exemplo, no “Projeto Simulado do ENEM”, o objetivo é que o aluno vivencie situações que simulem os processos de seleção como vestibular e ENEM. Além disso, busca-se contribuir para a desenvoltura do estudante frente a situações de grande tensão, dominando as ansiedades do momento. No “Projeto de visitas as universidades e feiras de profissões”, o aluno terá condições de pensar que a escolha de uma profissão implica elaborar um projeto de vida em longo prazo. Essa escolha tem que ser feita com clareza e critérios. Nas feiras de profissões da UFOP, em Ouro Preto (MG), por exemplo, a professora de arte Rosa Ribeiro Vicente é convidada especial por compreender a antiga capital mineira como um museu a céu aberto, ao mesmo tempo, que apresenta um campo de possibilidades para os alunos desenvolveram suas habilidades e competências em suas futuras profissões. A professora desenvolve junto aos alunos um trabalho de observação e de produção de desenhos das linhas e composições dos portais barrocos em uma identificação de formas e cores.
O resultado positivo de todo esse trabalho pode ser visto na performance dos alunos do Instituto de Educação de Minas Gerais nos vestibulares das principais universidades de Minas Gerais entre os anos de 2003 a 2011 (cf. tabela 1). Também deve ser ressaltado que, nesse período, 106 famílias foram assistidas com bolsas de cursinhos pré-vestibular. E 1327 alunos com bolsas nas faculdades

TABELA 1
Ano
Número de alunos aprovados nas principais universidades de Minas Gerais
2003

60 alunos aprovados (UFMG, UFOP,UFV, FAFEID, PUC-MG, FUMEC, UNA, UNI-BH
2004
110 alunos aprovados (UFMG, UEMG, UFSJ, UEMG, FAFEID,UNIMONTES, Escola Superior Dom Helder Câmara,  PUC-MG, UMA)
2005
170 alunos aprovados (UFMG, UFOP, UFV, UFVJM, PUC-MG, UNICOR, UNA, UNI-BH)

2006
310 alunos aprovados (UFMG, UFOP, UFV, UNIFAL-MG, UNIMONTES, PUC-MG, UNA, UNI-BH, UEMG)
2007
209 alunos aprovados (UFMG, UFOP, UFSJ UFVJM, UNIFAL-MG, UEMG, PUC-MG, Escola Superior Dom Helder Câmara)
2008
360 alunos aprovados (UFMG, UFOP, UFSJ, UFVJM, UNIFAL-MG, UEMG, PUC)
2009
380 alunos aprovados (UFMG, UFOP, UFSJ, UFVJM, UNIFAL-MG, Escola Superior Dom Helder Câmara, UEMG, PUC-MG)
2010
410 alunos aprovados (dados ainda não tabulados)
2011
310 alunos aprovados nos vestibulares (dados ainda não tabulados)


PROJETO: FANFARRA

A “Fanfarra Levindo Eduardo Coelho (Felc)”, ou “Fanfarra do IEMG” como é popularmente conhecida foi criada em 1981, pela professora Sara Clementina Silva e assessorada por uma diretoria de pais, mestres e amigos da música. A partir da metade da década de 1990, com a saída da professora Sara, a Fanfarra passou a ser coordenada somente por componentes veteranos, ex-alunos do IEMG, estando à frente Paulo Lamac e Michele de Cássia, que não deixaram que a Fanfarra se extinguir.
O seu nome oficial é uma homenagem ao primeiro secretário da Educação e Saúde Pública de Minas Gerais, entre os anos de 1930 e 1931. A fanfarra é formada por aproximadamente 120 integrantes, entre alunos dos ensinos fundamental e médio e ex-alunos da escola. Para integrar a fanfarra do IEMG é necessário dedicação e disciplina. A fanfarra realiza apresentações durante todo o ano, mas o momento mais esperado é o desfile de sete de setembro, na avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte. A Fanfarra tem por finalidade realizar um trabalho educativo que gere no aluno prazer, entusiasmo e gosto musical. Além de representar o Instituto de Educação de Minas Gerais em suas apresentações culturais, artísticas e recreativas; divulgar a cultura e as artes desenvolvidas na educação formal dos alunos do IEMG. Os ensaios acontecem de segunda a sexta-feira, entre os turnos da manhã e da tarde.

PROJETO JPPEAS E GDPEAS

O projeto JPPEAS (Jovens Protagonistas do Programa de Educação Afetivo-Sexual) e GDPEAS (Grupos de Desenvolvimento Profissionais do Programa de Educação Afetivo-Sexual) é coordenado por Maria Inez Lima, no Instituto de Educação. O objetivo do projeto é o de minimizar a vulnerabilidade dos jovens adolescentes frente a gravidez não planejada, uso indevido de drogas e diminuição dos índices de contaminação das doenças sexualmente transmissíveis e, em especial, o HIV/Aids. Além disto, busca-se promover o desenvolvimento pessoal e social de jovens de escolas estaduais, por meio de ações de caráter educativo e participativo, focalizadas nas questões relacionadas à afetividade e sexualidade, juventude e cidadania, mundo do trabalho e perspectiva de vida, tendo o protagonismo como eixo norteador das ações. Como resultado o JPPEAS e GDPEAS do Instituto de Educação já apresentou oficinas, vídeos e jornais.

PROJETO: SEMINÁRIO PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO ATUAL

O Projeto do Seminário Perspectivas da Educação Atual foi organizado pelo diretor Orivaldo Diogo, vice-diretora Silvana Cayres e pela supervisora Ângela M. Teles. Na primeira fase do projeto, foi realizada uma palestra com a professora de pedagogia da UNA, Rosangela Teles. O seu objetivo é o de mostrar como o desenvolvimento de um país está condicionado à qualidade da sua educação. Nesse contexto, somos obrigados a nos perguntar: qual educação, qual escola, qual aluno, qual professor queremos? Além disto é importante compreender o significado que a educação adquire inserida no contexto da globalização e da era da informação


PROJETO “MANHÃS DE LEITURAS”


Elaborado e executado por Patrícia Maria de Melo (formada em psicologia pela UFMG com pós-graduação pela CEPEMG). O Projeto “Manhãs de leituras é desenvolvido na Biblioteca do IEMG com alunos dos 4º e 5º anos.  E baseia-se em atividades lúdicas que visam promover ‘a leitura através de recursos artísticos e corporais variados, visando ampliar ‘a aprendizagem dos alunos através de atividades em pequenos grupos. Assim, utiliza-se a motivação da criança em relação ‘as artes e aos jogos para aprimorar a concentração, o raciocino lógico e o abstrato,


PROJETO: ARTE DE VER A ARTE: APRENDENDO A RESGATAR O PATRIMONIO CULTURAL DA CAPITAL MINEIRA

O objeto de estudo deste projeto é a arquitetura eclética de Belo Horizonte. Por meio de aulas práticas de desenho de observação e de desenho livre, busca-se apreender o mundo e desenvolver o pensamento crítico e a criatividade\sensibilidade. Ao explorar e transmitir novos valores, o alunato conseguirá “educar o seu olhar”. Ao perceber as formas, contornos e linhas que definem tanto o mundo concreto como as obras de arte. Neste projeto, desenvolvido e orientado pela professora de artes, Rosa Maria Vicente Ribeiro, o aluno buscará a compreensão de que a obra de arte e o processo artístico fazem pare de um sistema educativo centrado no desenvolvimento das dimensões do sujeito através da fruição, contemplação, produção, criação, e interpretação de desenhos.


PROJETO: RETALHINHOS DOS SONHOS

O projeto “Retalhinhos dos sonhos” idealizado pela professora Quitéria Maria Andrade de Oliveira busca através da leitura e da produção de textos (poesias) conduzir meninos e meninas do ensino fundamental ao mundo mágico e poético da leitura. Da mesma forma que com gestos e entonações, na medida certa da emoção, os pequenos leitores e autores valorizam versos consagrados de grandes mestres da leitura. E com desenvoltura também produzem a sua visão de mundo a partir da arte poética.


O “projeto diagnóstico e prevenção do bulling no Instituto de Educação de Minas Gerais” começou a ser desenvolvido no IEMG a partir do ano de 2005 e teve desdobramentos importantes nos anos seguintes. Foi apresentado com destaque no Observatório Nacional dos Direitos da criança e do adolescente. É coordenado por Maria Inez Pereira, orientadora educacional. O seu propósito principal é o de enfrentar o bullying escolar. Por isso foi estruturado com o objetivo de identificar as agressões relativas ao bullying no meio escolar, categorizar os tipos de violência percebida (verbal, escrita, física) e propor medidas de prevenção. Esse projeto conseguiu reunir professores, especialistas, funcionários, pais e alunos e através de um estudo sistemático em torno desse tema. Todo conhecimento produzido pelo grupo de estudo foi disseminado para a comunidade escolar por meio de seminários com a participação de importantes especialistas no tema. Outras ações se seguiram: constituição do “Núcleo de Estudo Interdisciplinar sobre o Bullying no IEMG”, organização do Grupo de teatro “Nova Cena” que realizou apresentação da peça “Santuário das Gerações”, participação no Núcleo de Promoção de Saúde e Paz da UFMG, etc. Ao mesmo tempo, em que foram propostas várias intervenções pedagógicas para alunos  e professores do Instituto de Educação (a campanha “Não sofra em silêncio” para os anos iniciais e sétimo ano, o projeto Yoga na Educação, implantação de oficinas no 1º ano do Ensino Médio em parceria com o Projeto Frutos do Morro do Núcleo de Promoção de Saúde e Paz/UFMG, entre outros).

CRONOLOGIA





CRONOLOGIA

1906 – 28 de setembro: Reforma João Pinheiro (lei n. 439) que propõe uma nova organização para o sistema de instrução pública e cria a Escola Normal de Belo Horizonte
1907 – 27 de janeiro: A Escola Normal (criada pelo decreto 1960) começa a sua atividade escolar com exames de admissão
1907 – 15 de março: inicia-se, oficialmente, a Escola Normal com 93 alunas matriculadas em horário integral, com duas horas para o almoço.
1907 – 7 de setembro: primeiro desfile escolar em comemoração da independência do Brasil com o comparecimento de todos os alunos dos grupos escolares, da Escola Normal e do Jardim de Infância da capital mineira
1909 – 23 de janeiro: A Escola Normal confere o diploma de normalista para a primera turma.
1909 – 08 de março: transferência da Escola Normal para o prédio do Tribunal de Relação
1916 – 14 de junho:A Escola Normal, por iniciativa das suas alunas, inaugura uma biblioteca
1910 – junho: primeira reforma do ensino normal, transformou a primeira escola normal em escola normal modelo, aumentado a duração do curso para quatro anos (decreto n.1836)
1916 – 24 de agosto: Olavo Bilac volta a Belo Horizonte, onde é festivamente recebido pelos estudantes de todas as escolas superiores, ginásios e grupos escolares.
1919 – 20 de maio: é suprimido, pelo decreto estadual n. 5181, o grupo escolar anexo à Escola Normal Modelo
1920 – 25 de setembro: Visita dos soberanos da Bélgica em Belo Horizonte
1920 – 11 de outubro: inauguração do Cinema Escolar, na Escola Normal Modelo
1925 – segunda reforma do ensino normal, governo de Melo Viana, dividiu o curso normal  em dois, o primeiro ministrado pela Escola Modelo Normal, em dois anos, e o segundo pela escola normal superior, em cujo currículo inclui-se o ensino de álgebra. Todavia, a escola normal superior não chegou a funcionar.  (decreto n.  6831)
1926 – 1930: Reforma do prédio da Escola Normal sob a direção do arquiteto Carlos Santos (o mesmo que projetou o Grupo Escolar Pedro II).
1928 – terceira reforma do ensino normal, Reforma Francisco Campos, no governo  de Antônio Carlos, dividiu o curso normal em três etapas, sendo o primeiro curso de adaptação, de dois anos; o segundo de preparação, de três anos; e o terceiro de formação profissional, de dois anos.
1929 - - instalada a escola de Aperfeiçoamento
1946 – 28 de janeiro: quarta reforma do ensino superior (governo do interventor Nísio Batista), a Escola Normal modelo foi transformada no Instituto de Educação de Minas Gerais e foi criado o Curso de Administração Escolar, com a extinção da Escola de Aperfeiçoamento. Fundação do jardim de infância
1950 – Inauguração da biblioteca Lúcia Casassanta, do Jardim de infância
1954 – um incêndio causado por um curto circuito, iniciado na biblioteca geral, destruiu o  Grupo Escolar de Demonstração do Instituto de Educação de Minas Gerais
1956 – inauguração do novo prédio (reconstruído após o incêndio) do  Grupo Escolar de Demonstração do Instituto de Educação de Minas Gerais
1956 – 22 de setembro: inauguração no jardim do busto de João Pinheiro, o fundador do IEMG
1956 – O presidente da república, Juscelino Kubitschek de Oliveira foi o paraninfo das formandas de 1956
1963 – 09 de novembro: criação da escola normal noturna no IEMG
1969 – 01 de dezembro: em atendimento o curso de Administração Escolar do IEMG foi transformado no curso de pedagogia do IEMG – atual FAE\UEMG (decreto n° 12235),
1965 – 20 de junho: criação da Semana da Normalista (decreto n° 8528)
1965 – 18 de dezembro: O Grupo Escolar de Demonstração do Instituto de Educação de Minas Gerais passou a se chamar Grupo Escolar de Demonstração Professor Luiz Peçanha
1982 – 15 de fevereiro: tombamento do prédio do Instituto de Educação de Minas Gerais pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Minas Gerais
1996 – Aprovada atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação: muda os nomes das etapas de ensino (Básico, Fundamental, Médio e Superior) e acrescenta um ano a mais ao Fundamental. Também exige formação superior para contratação de professores, o que acaba com a função do "curso normal" de formação pedagógica.
1997 – junho: O grande abraço ao Instituto de Educação por cerca de 1800 pessoas. O gesto foi o meio encontrado pelos pais, alunos e professores para pedir reformas do prédio, que apresentava diversos problemas de conservação, inclusive goteiras.
2001 – 19 de janeiro: as escolar Estaduais Luiz Peçanha e Presidente Kennedy são integradas ao Instituto de Educação de Minas Gerais, passando  constituir uma única unidade de ensino (decreto n. 41520)
2006 – Ano de centenário do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG). Dirigida por Marília Sarti, a escola recebeu inúmeras homenagens.
2009 - 6 de Março: comemoração do centenário de nascimento e inauguração do busto em homenagem à professora Lúcia Casasanta, no hall de entrada do IEMG, com a presença do vice-governador Antonio Augusto Anastasia

2011 – 05 de junho: eleição para o cargo de diretor do Instituto de Educação de Minas Gerais

2012 – Em janeiro, ocorre aposse do diretor eleito, o professor de geografia, Vinicius. Mas, com o seu falecimento, o colegiado do Instituto de Educação de Minas Gerais elege Orivaldo Diogo como o novo diretor do IEMG.

“CRIME NA CATEDRAL” UM ESPETÁCULO DE GALA NO AUDITÓRIO DO IEMG




“CRIME NA CATEDRAL”
UM ESPETÁCULO DE GALA NO AUDITÓRIO DO IEMG


Introdução

Com a desativação do Teatro Municipal de Belo Horizonte[1], em 1939, na administração do prefeito Juscelino Kubitschek, a capital mineira ficou sem um local adequado para a apresentação de peças teatrais, concertos e shows musicais. O novo teatro municipal deveria ser construído dentro do Parque Municipal. Contudo, esse projeto só ficou pronto muito tempo depois, no ano de 1971, com a inauguração do Palácio da Artes.
Visando suprir a falta de casas de teatro na capital, em 1949, foi construído, também no Parque Municipal, o Teatro de Emergência (que mais tarde, recebeu o seu nome definitivo “Teatro Francisco Nunes", em homenagem ao grande músico mineiro). Mas, esta medida não foi suficiente. Era necessário encontrar locais próprios para a realização das produções teatrais e apresentações musicais. Foi neste contexto que o auditório do Instituto de Educação de Minas Gerais se tornou para a classe teatral da nossa cidade um local de grande importância.
O auditório do IEMG tem capacidade para mais de quinhentas pessoas. Tem um palco italiano, ou seja, um palco retangular onde os espectadores ficam apenas de frente. Com o formato de caixa aberta na parte defronte ao público e em plano acima da plateia, o palco é delimitado pela boca de cena (proscênio) e cortina. Além de possuir caixa cênica com urdimento, coxias e varandas. Oferece boas condições de visibilidade e acústica e possibilita uma grande variedade de transformações cênicas exigidas pela ação. A distribuição do público permite que os espectadores tenham comodidade e uma ampla visão em qualquer ponto da casa. Os lugares se dividem em plateia e balcão.
A peça “Morte na Catedral”

O palco do Instituto de Educação de Minas Gerais foi um lugar privilegiado que abrigou personagens ilustres como, por exemplo, o grande poeta Olavo Bilac (em 26 de agosto de 1916) e o presidente da republica Juscelino Kubistchek (paraninfo da turma de normalistas do ano do cinquentenário da fundação da Escola Normal). Outro momento marcante foi a famosa peça “Crime na Catedral” (Murder in the catedral), de T. S. Eliot. Considerada uma das mais ousadas peças do teatro moderno, exigiu uma produção sofisticada e muitos recurso. Encenada pelo Teatro Universitário, em 1958, como parte das comemorações do 60° aniversário da cidade. Teve um grande impacto na cidade pelo extremo requinte da representação. A direção ficou a cargo de Giustino Marzano e Carlos Kroeber. O primeiro encenou diversas peças na Europa, fez televisão em Londres e cinema na Itália. O segundo também protagonizou essa peça, no papel do bispo Thomas Becket. Os cenários e figurinos são de Alfredo Mucci. A música original da peça foi composta pelo maestro Sérgio Magnani e executada pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e a da Polícia Militar. O elenco de sessenta atores foi formado por Carlos Kroeber, Amélia Carmen Machado, Silvio Castanheira, Maria Lúcia Coutinho, Mariângela Vargas, Marilene Rodrigues de Melo, Neuza Rocha, entre outros.
Com uma montagem cara (algo em torno de meio milhão de cruzeiros), a peça foi um grande sucesso de público e de crítica. Foi apresentada em sessões diárias durante três semanas. No dia da première de gala, compareceram no auditório do IEMG figuras importantes da política e sociedade belorizontina. Tais como, o ministro Clóvis Salgado, o professor Pimenta da Veiga (chefe da Casa Civil do governo Bias Fortes), o professor Lincoln Prates (reitor da Universidade de Minas Gerais), além de figuras de grande projeção nos meios artísticos da capital.
Foi escrita em 1935 a pedido da ordem da Cantuária para exaltar a figura de Thomas Becket, um mártir, que dois anos depois de sua morte foi beatificado. A peça conta a história do arcebispo da Cantuária. Começa com o retorno de Thomas depois de sete anos exilado na França, que volta para a Grã-Bretanha mesmo sabendo que será assassinado, pois está em conflito com o Rei da Inglaterra. Como se fosse uma tragédia grega, a história é pontuada pela presença de sacerdotes e acompanhada por um coro de mulheres que temem por sua segurança. Becket sofre várias tentações, personificadas por quatro atores, representando: prazeres mundanos; poder temporal contra o rei; poder temporal contra os inimigos do rei (os barões), e poder espiritual e glória. Eloquentemente, Thomas enfrenta cada um deles, por sua vez, quase sucumbindo, no entanto, com o último deles, o que ele considerava a maior traição.
A direção de Marzano foi fiel ao texto. Construiu um belo ensaio sobre o martírio humano ao lidar com a tensão entre a modernidade e o classicismo. O personagem Beckett é um exemplo de força profética e espírito oblativo. Uma voz que não se cala perante um rei que queria colocar-se acima da Lei.
A encenação dessa peça no auditório do Instituto de Educação de Minas Gerais foi importante não apenas para a história da nossa escola, foi mais importante para a cidade de Belo Horizonte. Pois, nesse espaço privilegiado e com essa peça moderna e instigante, nasce a semente do que será mais tarde o teatro mineiro de autor e de vanguarda. Ou seja, um teatro que não se prende ao puro entretenimento, mas busca a reflexão crítica da nossa sociedade. Para fundamentar tais afirmações, basta citar alguns trechos publicados na imprensa da época. Assim, para o crítico teatral do jornal “Folha de Minas”, J. F. Brandão, “Crime na catedral” foi um grande espetáculo que “não pode ser mais considerado pelos padrões comuns do teatro amador, mas exige que seja visto como obra definitiva, experiência concretizada de um ideal há muito acalentado. [...] primeiro marco de um teatro sério em Minas”. No jornal “O Binomio”, Afonso Estevão Torres afirmou que, depois dessa peça “Belo Horizonte já não é mais uma cidade sem teatro.” O professor Aires Mata Machado, no jornal “O Diário” disse que “Não se trata de ser ou não ser de teatro. Impõe-se a manifestação de um entusiasmo incontido. São palmas escritas.”


[1] O teatro municipal (mais tarde cine Metrópole) foi inaugurado em  21 de outubro de 1900. Foi construído por José Verdussem. Neste dia foi apresentado a peça "Magda", com a companhia de Nina Sanzi, uma artista mineira que fazia sucesso na Europa

“EDUCAR-SE PARA EDUCAR”






“EDUCAR-SE PARA EDUCAR”

Fundada em 1906, com o lema “Educar-se para Educar”, o Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) formou muitas gerações de mineiros. Podemos citar importantes personalidades do Estado que passaram pelos seus bancos escolares, a saber: a grande educadora, Elza Moura; a secretária de Desenvolvimento da Educação, Maria Eliana Novaes; a professora e vice-reitora da UEMG Santuza Abras; o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo; a professora e vice-diretora do IEMG, Consuelo F. Melo; Maria Auxiliadora Reis Siqueira, funcionária da secretaria de professores do IEMG; as professoras Janete;
A Escola Normal fez parte de um importante movimento de criação da instrução pública em Minas Gerais e no processo de organização dos grupos escolares. Ao longo da sua história, proporcionou vários instrumentos importantes na formação e na renovação da prática educativa do nosso estado. Dentre os principais cursos, pode-se destacar o Curso Normal para a formação de professoras para as escolas primárias, o curso  de  Administração Escolar  (entre os anos de 1946 e 1969), o PABAEE (“Programa de Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar” que funcionou entre os anos de 1956 a 1964), o Centro Regional de Pesquisas Educacionais de Minas  Gerais  (entre os anos de 1956 a 1966),  além  dos muitos  cursos  de  especialização  e atualização dos profissionais de ensino.
No início, a Escola Normal se preocupava quase que exclusivamente com a formação de jovens senhoritas da alta sociedade mineira para a carreira do Magistério. Era uma escola de formação de professores. Nos dias atuais, o IEMG é uma escola de ensino fundamental e médio e está entre as instituições que melhor atendem os ideais de universalização do ensino propostos pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. É uma escola múltipla, onde, o educando aprende com a História do próprio Instituto de Educação (que em síntese representa a história de Belo Horizonte, do Estado e do país) o sentido de uma escola verdadeiramente inclusiva. Para isso ele aprende que é necessário o envolvimento e a persistência de todos no processo histórico. Eles devem enfrentar os desafios, acreditar que é possível ampliar as ações empreendidas. Só assim, a escola inclusiva deixará de ser mera formalização, um aspecto garantido pela leis e por documentos oficiais, como ainda é encarada por muitos e passará a ser cada vez mais real nas escolas brasileiras e na sociedade.
Podemos destacar dessa história de sucesso alguns momentos distintos que se superpõem e se completam, as saber: em primeiro lugar, a sua origem, em dezembro de 1906, com a da Escola Normal da capital (1906-1946); em seguida, a Reforma do Ensino Normal e do Ensino Primário no estado de Minas Gerais (1928-1930), o terceiro momento é o da criação da Escola de Aperfeiçoamento (1929-1946). Estes foram seguidos pela implantação do Instituto de Educação (1946) e o PABAEE (1956-1961). No decorrer de todo esse processo, muita coisa mudou, sobretudo em relação a maneira que se dá a formação e capacitação de professores.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Pesquisa e texto: Ronaldo Campos

DOSSIÊ MEMÓRIA VIVA: A HISTÓRIA DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

Pesquisa e texto: Ronaldo Campos
 
A origem do Instituto de Educação de Minas Gerais


Localizado no bairro Funcionários, próximo ao Parque Municipal, o Instituto de Educação de Minas Gerais (também conhecido como IEMG) ocupa a quadra de aproximadamente 13.200 m² e está delimitada pelas ruas Pernambuco, Timbiras, Paraíba e avenida Carandaí. É uma das mais tradicionais escolas públicas do Brasil e um dos monumentos mais significativos do conjunto arquitetônico e paisagístico de Belo Horizonte. Seu projeto, de autoria do desenhista e arquiteto Edgar Nascentes Coelho e execução de Francisco Soucasseaux, Aurélio Lobo e Bento Medeiros, adotou o espírito do estilo oficial utilizado para as edificações da época em que se criou a nova capital: o ecletismo mesclado com elementos neoclássicos e de outras escolas artísticas.
Concebido para ser o Gymnasio Mineiro, o prédio teve o início da sua construção no ano de 1897. As obras transcorreram rapidamente, sendo parte de alvenaria de pedra e parte de tijolos. No ano seguinte, as obras foram finalizadas, mas o prédio teve outra função. Foi destinado pelo governo para a instalação do Tribunal de Relação e demais departamentos do fórum.  
Em 08 de março de 1909, ocorreu a transferência da Escola Normal para o edifício do Tribunal de Relação. Em 1912, é realizada a primeira reforma do prédio da rua Pernambuco para melhor adequá-lo a sua nova função. Em 1920, é realizada a ampliação do salão nobre e a inauguração do cinema auditório. De 1926 a 1930, ocorre uma grande reforma do prédio da Escola Normal efetuada pela firma Rezende e Cia., dirigida e fiscalizada pelo engenheiro Paulo Costa, chefe do serviço de construção de edifícios escolares do Estado. Após a reforma foi apresentada uma nova fachada desenhada pelo arquiteto Carlos Santos (o mesmo que projetou o Grupo Escolar Pedro II). Manteve o mesmo partido arquitetônico, apesar das acentuadas modificações e demolições. (Figura 2) O ano de 1953 foi marcante para esse prédio, um terrível incêndio causado por um curto circuito, iniciado na biblioteca geral, destruiu toda a ala direita. Esta foi reconstruída e, em 1956, no ano do cinquentenário, foi inaugurada junto com o novo prédio anexo do Grupo Escolar de Demonstração do Instituto de Educação de Minas Gerais. Em 1982, mediante o decreto n° 21.966, de 15 de fevereiro de 1982, o prédio do Instituto de Educação de Minas Gerais foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Minas Gerais.

O ESTILO ECLÉTICO DA FACHADA DO PRÉDIO DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

Uma parcela significativa do patrimônio histórico-artístico arquitetônico da capital mineira pode ser representada pelo estilo eclético historicista, que se manifestou em Belo Horizonte desde o início da sua construção até os anos de 1930. Pode-se observar em vários pontos da cidade muitos estilemas característicos de estéticas diferenciadas, de lugares ou períodos distintos da história da arquitetura. Tais como o classicismo da Antiguidade greco-romana, do renascimento italiano e do neoclássico, misturados com elementos do barroco, do rococó, da tradição árabe, românica, gótica, do art nouveau e do art déco. Utilizados de acordo com técnicas e práticas construtivas dos arquitetos, mestres de obras e as ideologias dos proprietários dos prédios. Um dos melhores exemplos de arquitetura eclética da capital mineira pode ser visto no belo prédio onde está instalado o Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG). A fachada principal é marcada por uma escadaria ampla, colunata monumental e uma grande riqueza decorativa que concilia inúmeras influências formais e artísticas em uma composição requintada.
Inicialmente, para entender o significado simbólico do belo edifício da antiga Escola Normal da capital é necessário reconhecer as características chaves do período em que foi construído, além de delimitar o sentido do termo “ecletismo” e a sua extensão\aplicação histórica. De acordo com Reale (1995), o termo ecletismo aparece inicialmente na Grécia antiga quando Diógenes Laércio menciona uma “seita eclética” fundada em Potamon de Alexandria, contudo, receberá uma acepção mais precisa na historiografia filosófica moderna. De modo geral o ecletismo designa a tendência da arquitetura e das artes decorativas para ordenar livremente diversos estilos históricos com o objetivo de combinar virtudes de diferentes fontes em uma única obra sem com isso gerar um novo estilo. Os artistas que trabalharam nessa perspectiva acreditavam que o belo e a perfeição podem ser obtidos a partir da seleção e combinação das melhores qualidades características de grandes mestres e de obras primas. Na arquitetura, o ecletismo ocorreu no século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Surgiu na França, por volta de 1840, entendido como o “uso livre do passado”. Não se trata de uma simples cópia, mas da habilidade de mesclar as formas e características mais importantes estilos variados que contentem as demandas da época por todo tipo de edificação. O principal teórico do ecletismo arquitetônico foi o francês César Denis Daly (1811-1893). No Brasil, o ecletismo arquitetônico foi uma corrente dominante, principalmente, nos projetos de urbanização e reurbanização de cidades como Rio de Janeiro (a reforma Pereira Passos), São Paulo, Manaus e Belo Horizonte. Foi uma tendência dentro do chamado academicismo propagada pela Academia Imperial de Belas Artes e posteriormente, pela Escola Nacional de Belas Artes, durante o século XIX.
A fachada e o tratamento ornamental do prédio da antiga Escola Normal da capital mineira conciliam diversas influências numa composição extremamente sofisticada. Destacam-se elementos ornamentais e arquitetônicos oriundos do neoclássico e do renascentismo. Além disso, o uso de materiais como o ferro e o vidro nos mostram as possibilidades construtivas originadas pela revolução industrial.
Com partido arquitetônico em “E”, o prédio do Instituto de Educação é composto por dois pavimentos e um porão. (Figura 3) A fachada se ordena de acordo com o “padrão grego”: empregaram-se colunas apenas no pórtico, na porta de entrada. Percebe-se claramente que houve a preocupação em obter a sensação de monumentalidade mediante o efeito das massas. E a ornamentação (apesar de ser abundante) subordina-se aos elementos arquitetônicos. Aplicam-se ornamentos clássicos (greco-romanos), renascentistas e modernos.

A composição da fachada do IEMG possui um bloco central ladeado por duas alas de forma quadrangular, que se desenvolvem em torno de um vazio e que estão distribuídas simetricamente em relação ao eixo. O acesso principal se dá por uma grande escadaria ladeada por duas rampas.
Na fachada do Instituto de Educação destaca-se um pórtico, ou seja, uma parte avançada no lado da entrada do prédio, sustentada por quatro colunas com capitéis jônicos com volutas arrematadas por entablamentos decorativos (no templo grego, o entablamento é a parte horizontal de uma ordem clássica, apoiada sobre as colunas e normalmente composta de uma cornija, um friso e uma arquitrave), modilhões (cabeça da viga do entablamento do templo grego) e motivos florais. Estes se inspiram mais no estilo renascentista que propriamente neoclássico.
A disposição das colunas na fachada do Instituto de Educação é do tipo tetraestilo (quatro colunas na fachada). Na entrada principal do edifício (portaria A), tem-se simetricamente posicionadas um conjunto de três portas e três janelas elaboradas e ornamentadas a partir de materiais mistos (madeira, grade\ferro, vidro e estuque). O portal, ou seja, o conjunto de portas principais do prédio tem uma entrada modelada artisticamente: é emoldurado por pilastras decorativas com entablamento “sustentado” por dois consolos (suportes de pedra) e coroada no seu centro com um belo medalhão ricamente ornado com elementos da nossa flora. As portas são tipo “portas francesas” com seis almofadas quadrangulares de vidro distribuídas simetricamente e decoradas com elementos metálicos (grade de ferro batido, sem solda) de formas geométricas formando um elegante desenho de inspiração art déco. As janelas do andar superior são recortadas obliquamente na parede, arco pleno, com enquadramento constituído por molduras com vedação em vidro e na parede decoradas com frisos lisos e com motivos florais de estuque que seguem a forma obliqua das janelas.

O telhado (com telhas francesas) pode ser caracterizado como “telhado escondido”. Esse tipo de telhado, muito usado pelos romanos, foi um elemento chave do Renascimento italiano que foi amplamente copiado em outros lugares e em outras épocas. A sua inclinação é muito baixa e, portanto, fica completamente oculto por uma densa cornija.
De acordo com Pádua (1999), após a grande reforma dos anos de 1926 a 1930, o Instituto de Educação de Minas Gerais passou a ter 13.200 m² de área total e 98 m de fachada. Esta última pode ser dividida em três partes, a saber, um bloco central ladeado simetricamente por outros dois blocos quadrangulares idênticos. Cada uma dessas alas laterais da fachada do IEMG pode ser subdividida em três partes, sendo que a parte central de cada uma delas está em um plano mais avançado em relação às outras duas. Contudo, em comparação ao pórtico (a entrada principal do Instituto), esta parte se apresenta recuada. Em suma, as alas laterais têm esse trecho em plano mais avançado, no eixo, delimitado por pilastras e encimado por entablamento e platibanda com elementos decorativos, mais altos que o restante do bloco formando um volume em destaque, muito comum nas fachadas da arquitetura eclética. A platibanda é uma faixa horizontal que emoldura a parte superior do prédio e que tem a função de esconder o telhado Os vãos são distribuídos simetricamente: três no corpo central, um eixo em cada lateral ladeado por três. Parte dos enquadramentos é arrematada com elementos decorativos em relevo e todos são separados por pilastras com capitéis (extremidade superior das pilastras) e base de forma simples retangular.Esses relevos decorativos são feitos em estuque. Este pode ser definido como uma espécie de argamassa que obtém rigidez e solidez com o tempo. É feito com gesso ou cal fina e areia, algumas vezes misturada com pó de mármore”. Esses elementos decorativos foram agregados a fachada e interior do prédio por meio de pinos de ferro ou de armações de arame. Segundo alguns autores, vários desses arranjos eram criados no próprio espaço da obra pelos artífices. Depois de secos, os trabalhos de estucaria, as paredes e os forros foram pintados em cores diversas as superfícies planas foram pintadas de cor de rosa, os relevos receberam tinta branca e os elementos metálicos foram pintados na cor grafite claro..

CONCLUSÃO

O prédio do Instituto de Educação de Minas Gerais representa ao mesmo tempo um exemplar importante da arquitetura eclética da capital mineira e um símbolo da modernização da cultura brasileira, realizada a partir do século XIX, que abre um portal para a compreensão da dinâmica da vida urbana e que reflete a pluralidade cultural brasileira.. As suas linhas e formas, a fusão de linguagens, o interesse acentuado por novos ícones, a ideia de que a arte e a história devem ser mais ricas do que a realidade, a importância atribuída ao virtuosismo e à noção de abundância, os novos ritmos de fruição e o consumo, derivados da tecnologia industrial, típicos da arquitetura eclética e nos conduzindo a um olhar dialético entre a permanência e a renovação, entre o passado e o presente;

Lançamento da Revista Pedagógica do IEMG - notícias da internet




Extraído de: Governo do Estado de Minas Gerais  - 5 horas atrás








Publicação foi idealizada pelos educadores da escola e fala sobre os projetos, curiosidades e a trajetória de mais de 100 anos da instituição
Nesta terça-feira (25), o Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), de Belo Horizonte, lançou a Revista Pedagógica IEMG, uma publicação que revela momentos marcantes dos mais de 100 anos de história do Instituto, além de projetos atuais e muitas curiosidades sobre a tradicional instituição.
Criada pelos professores da escola com a ajuda dos alunos, a revista desperta o interesse de toda a comunidade envolvida nas atividades do IEMG. Ela retrata os acontecimentos importantes. Achei o projeto muito bacana, porque comecei a estudar aqui esse ano e estou tendo a oportunidade de conhecer a história da escola por meio dela, conta Karen Marianne Pimenta Pereira, aluna do 3º ano do ensino médio da instituição.
Segundo o integrante do Conselho da Revista e professor de História, Ronaldo Campos, a publicação começou a ser produzida em 2006 e é resultado de uma longa apuração. Começamos a organização no ano do centenário da escola, com pesquisas e levantamento de fontes. Com os alunos, fazíamos pesquisas em sala de aula para que eles pudessem conhecer a história, afirma Campos.
É um projeto que tem como objetivo trabalhar e discutir práticas pedagógicas. Trata-se de uma publicação acadêmica e fruto de muita pesquisa, ressalta o professor.
A publicação será distribuída para alunos e entidades que fazem parte da história da instituição. Ao todo, foram impressos 6 mil exemplares e a estimativa é que, este ano, ainda sejam confeccionadas mais duas edições. A revista se compromete com a qualidade e a inovação do ensino. É um convite aos alunos e à população para que eles possam conhecer o IEMG, destacou o diretor do IEMG, Orivaldo Diogo.
O lançamento da revista contou com apresentações artísticas dos estudantes e a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e do Chromos Colégio e Pré-vestibular, a entidade que patrocinou a revista. Também fazem parte do Conselho da Revista a especialista em Educação do IEMG, Ângela Machado Teles, e a educadora Rosa Ribeiro.
Instituto de Educação de Minas Gerais
Fundada em 1906, com o lema Educar-se para Educar, a escola formou muitas gerações de mineiros. Antes, a escola que preparava exclusivamente moças da alta sociedade mineira para o Magistério, hoje atende a mais de 6 mil alunos dos ensinos fundamental e médio.
Extraído de: Governo do Estado de Minas Gerais  - 5 horas atrás Instituto de Educação de Minas Gerais lança revista para contar sua história

Lançamento da Revista Pedagógica do IEMG - Notícias na interntet



O texto e as imagens abaixo pertencem ao site <http://blog.educacao.mg.gov.br/wpracs/uma-historia-em-muitas-paginas-para-folhear/#more-4768> da Secretária de Educação do Estado de Minas Gerais 

Uma história em muitas páginas para folhear

25/09/2012

Nesta terça-feira (25/09), Karen Marianne Pimenta Pereira teve a oportunidade de levar para casa um ‘pedacinho’ da história da escola onde estuda. Ela é aluna do 3º ano do ensino médio, do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), localizado em Belo Horizonte, e foi uma das estudantes que nesta manhã participaram do lançamento da ‘Revista Pedagógica IEMG’, publicação idealizada pelos educadores da escola.
“Essa foi a primeira vez que tive contato com a revista. Ela retrata os acontecimentos importantes. Achei o projeto muito bacana, porque comecei a estudar aqui esse ano e estou tendo a oportunidade de conhecer a história da escola por meio dela”, conta Karen.

Criada pelos professores, com o auxilio dos alunos da escola, a publicação conta um pouco dos mais de 100 de história do Instituto, seus projetos e curiosidades. “É uma revista que tem como objetivo trabalhar e discutir práticas pedagógicas. É uma publicação acadêmica e fruto de muita pesquisa”, ressalta o integrante do Conselho da Revista e professor de História, Ronaldo Campos. 
A produção da revista teve início em 2006, ano em que a escola completou 100 anos. “ Ela começou a ser organizada no ano do centenário. Para as comemorações começamos a fazer pesquisas e levantamento de fontes. Com os alunos, fazíamos pesquisas em sala de aula para que eles pudessem conhecer a história”, afirma Ronaldo Campos.

Depois de seis anos de pesquisas, a publicação apresenta uma galeria dos diretores da escola, a história do IEMG, curiosidades sobre o prédio, além dos projetos desenvolvidos pela instituição. “A revista se compromete com a qualidade e a inovação do ensino. É um convite aos alunos e à população para que eles possam conhecer o IEMG”, destacou o diretor da escola, Orivaldo Diogo.
A publicação será distribuída para alunos e entidades que fazem parte da história da escola. Ao todo, foram impressos seis mil exemplares e a ideia é que este ano ainda sejam confeccionadas mais duas edições.
O lançamento da revista contou com apresentações artísticas dos estudantes e a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e do Chromos Colégio e Pré-vestibular, que foi a entidade que patrocinou a revista. 
Também fazem parte do Conselho da Revista a especialista em Educação do Instituto de Educação de Minas Gerais, Ângela Machado Teles e a educadora Rosa Ribeiro.
Instituto de Educação de Minas Gerais
Fundada em 1906, com o lema Educar-se para Educar, a escola formou muitas gerações de mineiros. Antes, a escola que preparava exclusivamente moças da alta sociedade mineira para o Magistério, hoje atende a mais de seis mil alunos dos ensinos fundamental e médio.
Município: Belo Horizonte / Superintendência Regional de Ensino Metropolitana A
Postado em: Escola é Manchete — hudsonmenezes @ 13:41